A blindagem da parte elétrica é um assunto à parte a ser comentado pois muita gente tem uma ideia errada ou incompleta da função essencial desse serviço.
A blindagem segue o princípio da gaiola de Faraday e impede que nodas eletromagnéticas externas causem interferência no seu instrumento.
Essas interferências não são que nem linha cruzada que você vai escutar uma transmissão de rádio ou algo assim(Isso é mais fácil de acontecer com o amplificador ou o cabo), normalmente são ruidinhos que ficam lá enchendo o saco do músico quando ele liga a guitarra ou baixo no amplificador.
Existem 4 tipos básicos de ruído que podem "chatear" seu som.
1- Ruído de Single-Coil.
Se o seu captador é Single Coil ele tem um ruído natural da bobina, uma frequência de 60hz que soa quando o captador está sendo usado sozinho. Esse ruído só pode ser cancelado combinando duas bobinas de polaridades inversas, onde o ruído de uma é contrário ao ruído da outra e assim ocorre o cancelamento do famoso "Hum".
2- Ruído de aterramento.
Grande problema dos músicos brasileiros: Nossa pátria amada não possui aterramento na rede elétrica. Alguns poucos lugares investem um dinheiro mandando aterrar a casa/estúdio/loja. Valorizem esses lugares, pois não é um investimento barato nem um serviço muito fácil de se fazer direito.
[Captadores EMG descartam a necessidade de aterramento na rede. Aliás, eles descartam a necessidade de tudo. Você não precisa blindar sua guitarra/baixo nem aterrar a ponte, ele faz tudo sozinho. O seu ruído bate no EMG e volta]
3- Ruído do excesso de ganho.
A verdade é que o sinal não é 100% livre de ruídos. Quando se usa muito ganho é normal aparecer ruído junto da distorção, por isso quem trabalha com distorção High Gain sempre tem um bom e velho 'Noise Supressor'. O Noise supressor não tira o ruído que o excesso de ganho gerou, ele simplesmente silencia quando você não está tocando, por isso um noise supressor tem que ser sempre o melhor possível, um supressor ruim detona o som de todo o seu equipamento.
4- Ruídos por interferências externas.
Esse é o cara da blindagem. Segue o princípio da gaiola de Faraday, onde uma carcaça de metal impede que ondas eletromagnéticas cheguem ao que está em seu interior. No caso dos instrumentos o ideal é sempre fazer a blindagem de cobre e aterrar ela, assim qualquer onda que bater ali vai ser zerada automaticamente.
-Blindagem feita com tinta isostática não presta. Essa tinta feita a base de grafite não é nada condutiva e não resolve o problema das ondas externas.
-Blindagem de alumínio: O alumínio é condutivo e é mais barato, mas não pega solda e nem conduz o aterramento de forma satisfatória como o cobre. (E eu, particularmente, acho feio aquele visual de blindagem de cozinha)
-Dica:
Nenhum ruído pode ser resolvido pela solução do outro. A blindagem não vai resolver o problema de aterramento da rede, nem ruído de single, nem o de excesso de drive. Mas o instrumento blindado vai melhorar seu som em todo lugar que você plugar.
(Especificamente no caso de distorção High-gain, o instrumento que não é blindado vai chiar demais, já que o essas ondas externas vão ser amplificadas juntas ao sinal da guitarra ou do baixo.)
Façam um serviço de blindagem nos seus instrumentos. Aproveitem para colocar bons potenciômetros, chave seletora, Jack, mini-toogle e tudo que tem direito. Uma parte eletrônica bem feita, com boas soldas, bem organizada e blindada é um alívio para qualquer músico.
