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domingo, 13 de julho de 2014

Instrumento réplica = Instrumento falsificado


Leva o nome da marca, mas não foi feito com autorização da marca é FALSO!! Pode chamar de pirata, pode chamar de réplica, pode chamar até de Vanderlei. Não muda o fato que é falso.

É importante pensar no ciclo dos instrumentos falsos também. Tem gente que vende esses instrumentos asiáticos como originais por ser canalha de profissão. Tem gente que vende como original sem saber. E tem gente que acaba pegando uma 'réplica' dessas, sabe que é falso e vende como original porque cresce o olho na grana.

Nada muda a seguinte matemática:

Quanto mais instrumentos falsos no mercados, maiores a chance de alguém ser enganado numa negociação.

Quanto mais pessoas apoiando que o uso de 'réplicas' não faz mal, mais as pessoas vão consumir esses instrumentos falsos. 

Sendo assim é mais mercado pros falsificadores profissionais, é mais chance de um desavisado passar um gato por lebre e, também, mais conforto um músico aleatório vai sentir na hora de passar um instrumento falso como original por que, afinal, "tá todo mundo fazendo".


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Algumas situações hipotéticas:

Número 1:
Você fala pra todo mundo que não tem problema usar uma réplica, desde que você fale pros outros que é uma réplica. Aí Um guri qualquer acha que seu pensamento faz sentido e compra uma réplica. (Só até aí ele já deu lucro pro falsificador profissional!!)
Um dia ele precisa de dinheiro e resolve vender a guitarra.

Aí ele se mantém "íntegro"!(Ah! A ironia) Ele vende pra um amigo por R$800,00 e explica que não é original, é uma réplica. O amigo não entende muito, compra e um tempo depois ele vê uma guitarra com o mesmo nome por R$6.000,00
Aí ele vê que tem uma fortuna nas mãos (Só que não!). Ele anuncia a guitarra por R$4.000,00 pra vender rápido e um leigo acaba comprando.

Número 2:
Começa igual à situação 1. O rapaz compra uma guitarra falsa, gera lucro pro falsificador profissional, resolve vender a guitarra e mostra pra um outro cara qualquer que sabe que aquilo não é original.
Aí o músico aleatório pensa que "Ele pode comprar aquela guitarra por R$800,00 e vender por 4.000,00 pra ganhar aquela grana extra que ele tava precisando".
Compra a guita, revende como original pra um leigo.


Número 3:
Imagina que você é um luthier e faz a customização do nome de uma marca famosa pro instrumento do seu cliente. Sua consciência tá tranquila porque você sabe que o seu cliente não vai vender aquele instrumento, você acha que não está contribuindo pro mercado de falsificações, vai ficar só como cara, o cara tem várias originais, blablabla. Meio que "eu falsifiquei, mas não vai cair no mercado, então não conta"
O que pode acontecer:

-Seu cliente morrer, o filho vender as coisas dele e vender a guitarra como uma das originais do pai.
-O seu cliente pode ser assaltado e o ladrão colocar ela no mercado informal. Uma hora alguém gasta R$4mil na falsificação que você fez.
-O seu cliente pode falir e, no desespero, vender a guitarra por R$4mil.

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Em suma:

NÃO EXISTE NENHUMA OPÇÃO DE USO/COMÉRCIO DE INSTRUMENTOS FALSOS QUE SEJA REALMENTE HONESTA!!