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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Regualgens - Tópico 4 - Visão Geral

 Vamos falar de Regulagens!! Por mais que seja uma coisa básica, tem muito mito, muito achismo, muito mal costume de quem faz e a verdade é que pouca gente entende os conceitos envolvidos numa boa regulagem.

 Minha intenção aqui não é passar um passo-a-passo de como fazer. Não que eu seja contra ensinar como se faz, eu acho que todo músico devia saber regular seu próprio instrumento. Mas, a partir do momento que eu me proponho a ensinar, eu sou responsável pelo que eu to ensinando, como eu não posso me responsabilizar por interpretações erradas do texto, o papo vai seguir outro caminho.


Tópico 4.1 - Visão Geral

 Bom! Agora que você leu os outros 3 tópicos, e eu espero que tenha lido mesmo, vamos falar de uma forma geral sobre o que EU acho de regulagem.


Quando eu regulo os instrumentos dos clientes eu primeiro faço uma regulagem bem objetiva pra ver qual o mínimo de ação de cordas que aquele instrumento chega. Depois disso eu toco, escuto e subo a ação e curvatura até chegar num resultado que una conforto e bom som.

Na hora de entregar o instrumento eu acho essencial que o músico toque na minha frente, sem exagero de força nem força de menos. Que toque como toca no estúdio, no show e tal. Em cima disso é que eu começo a fazer ajustes para a mão do músico. Eu to destacando isso pois muitos clientes chegam em luthiers que dizem que o músico tem que se adequar à regulagem que ele fez. Mas isso não faz o menor sentido, pois não existe uma regulagem absoluta do instrumento.


 Nas minhas guitarras eu uso uma ação que eu gosto. Tem músico que acha minha ação baixa demais. Tem músico que acha ela alta demais.
 Da mesma forma, sempre tem um amigo que vai te falar "Po, dá pra abaixar um pouco mais essas cordas, hein!" ou "Ih! Essas cordas tão chapadas demais, ta ruim o bend, tá pegando tudo!"

Bixo... Não se deixe levar pela opinião dos outros sobre como o SEU instrumento tá regulado.
Óbvio que você tem que considerar as limitações do seu instrumento, e as limitações impostas pela vibração das cordas e a sua pegada. Mas aí é que tá! Você tem a SUA pegada, o calibre de cordas que VOCÊ gosta e a afinação que VOCÊ usa. Isso tudo é o que vai gerar a melhor regulagem pra VOCÊ, não pros outros.

Tópico 4.2 - Som que sai do Amp

 Se a gente considerar a regulagem de um instrumento elétrico(Guitarra, baixo ou qualquer coisa assim), o que importa realmente é o som que sai no amplificador, já que o objetivo não é tocar desplugado, certo?

 Pra um instrumento sólido não trastejar desplugado, a corda precisa estar muito alta. E numa boa regulagem, alguns detalhes que soam estranhos desplugados não aparecem no amplificador. Por isso é muito importante que o músico saiba, também, separar as das coisas e considerar o som que sai no amplificador na hora de finalizar a regulagem do seu instrumento.

Tópico 4.3 - Quanto tempo dura a regulagem?

 Não há um tempo objetivo. Pode ser necessário refazer a regulagem pra mudar o calibre de cordas, pra mudar a afinação, para mudar a ação de cordas, e outras assim.

 Considerando um caos que você tem um instrumento, vai manter mesma afinação e calibre de cordas e quer saber quanto tempo aquela regulagem vai durar as variáveis são:
-O quão estável é a madeira?
-Quais níveis de variação de temperatura e umidade o instrumento é exposto?
-Qualidade dos trastes: O quanto eles estão sendo gasto ao longo do tempo?

 Se você tem um luthier de confiança, que não vai te empurrar um serviço desnecessário, leve a guitarra a cada 6 ou 8 meses para ele avaliar.
 O certo é que o músico sinta se a guitarra está desbalanceada de alguma forma, mas uma avaliação de um bom profissional é legal pois o luthier pode ver um problema que está acontecendo ou está prestes a acontecer e o músico deixaria passar despercebido.

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